terça-feira

Ano Novo...(Quem morre?)

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve musica, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os i's em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não respondem quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

"Pablo Neruda"
Deixo-vos este texto de Pablo Neruda, como uma mensagem de Ano Novo,
talvez não seja uma mensagem habitual nesta época, onde o amor, saúde, paz e ...
transmitidos e repetidos em palavras e frases feitas.

Nem sequer talvez a entendam como esperança ou luz... melhores dias virão e um dia quem sabe... Um dia quem sabe acordamos e... "acabámos por morrer lentamente".

Se não soubermos lutar pelos nossos objectivos, os nossos ideais, sejam eles quais forem, não será a passagem de um ano que o fará.

Um grande beijo de Coragem para todos vós.