Introdução: Escrevi este texto que se segue em maio de 90, muito pouco tempo após, eu própria ser Mãe. Na altura, com um irmão toxicodependente, e observando para além de todo o sofrimento familiar...Aquele que era o verdadeiro amor de Mãe, só ela o poderia descrever, com toda a dor e angústia... O ver desabar a vida de um filho..."Mãe...Deves até achar graça ter te escrito esta carta, ou até talvez, não aches graça nenhuma. Francamente não sei...O que sei é que me apeteceu escrever e isso é muito mais importante. Dizer-te coisas que nunca teria coragem de as dizer pessoalmente. Sabes, hoje orgulho-me muito de ti, tens a força e coragem que jamais pensei alguém ter. Sofres, sofres demais, mas o teu amor é tão grande, que te faz viver e sobreviver só pelos filhos!
Quando era criança, não entendia muito bem certas coisas...Hoje que também sou Mãe, enfrento de outra forma o meu passado. E afirmo "como é difícil ser boa Mãe". Educamos os filhos como achamos melhor, temos cada um a nossa própria maneira de amar...E no futuro por vezes, reparamos o quanto errámos e fica apenas o desejo enorme, dos anos voltarem atrás e começar tudo de novo. O primeiro sorriso, as primeiras palavras e os primeiros passos. Passos esses longe da perdição que certos filhos se encontram hoje. Oh Mãe! deseja-me melhor sorte que a tua, pois não sabia onde encontrar a tua força e coragem de mulher e Mãe. Que sirvam estas minhas linhas de animo, para continuares a tua luta até um dia... com muito amor, da tua filha." " O meu Irmão faleceu em Setembro de 2004" coragem*
