sábado

Máscaras

Cada vez que ponho uma máscara para esconder a minha realidade, fingindo ser o que não sou, faço-o para atrair o outro e logo descubro que só atraio a outros mascarados distanciando-me dos outros devido a um estorvo: a máscara.
Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades e logo descubro que, ao não verem minha humanidade, os outros não podem me querer pelo que sou, senão pela máscara.
Faço-o para preservar as minhas amizades e logo descubro que, quando perco um amigo, por ter sido autêntico, realmente não era meu amigo, e, sim, da máscara.
Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático e logo descubro que aquilo que mais ofende as pessoas, das quais quero ser mais intimo, é a máscara.
Faço-o convencido de que é o melhor que posso fazer para ser amado e logo descubro o triste paradoxo; o que mais desejo obter com as minhas máscaras é, precisamente, o que não consigo com elas.
" A melhor maneira de se perder um amigo é faltar-lhe com a verdade."
(Luiz Fanchin Jr)
Às vezes também eu, com a máscara que utilizo, reparo que não é suficiente para me proteger, da mágoa, angustia, e desilusão. Serve apenas, para que não vejam as lágrimas que deixo cair no seu interior.
Até um dia... O dia em que não me sentir "perdida"
(sem)Coragem