sexta-feira

Guardada em mim

Ando a interiorizar demasiadas fragilidades e delicadezas, nunca antes sentidas.
Sinto cravarem-se as inseguranças nestes olhos de menina que supostamente já não sou.
Como passou todo este tempo que eu não senti? Onde me encontrava eu enquanto os anos passavam por mim?
O mundo teve-me guardada...E mantém-me hoje num quarto escuro cheio de incertezas no qual observo a porta e rezo confusa, onde peço um simples abraço de aconchego e pouco mais.
Nestes últimos dias, quase desaprendi o que os meus quarenta e poucos anos me ensinaram... Chego a estranhar ao espelho o que ele me vai mostrando, traços marcados neste rosto que ontem não existiam. Marcas vincadas neste corpo que o tempo me trouxe, e não pára, e vai trazendo cada vez mais. Rugas na alma que não as vejo, mas sinto.
Uma melancolia, que me faz pensar se o amanhã existirá mesmo... Mas ainda sou uma menina, e como tal, com tanto ainda para ser vivido. E se os traços de hoje, foram marcados ontem, eu quero ter a oportunidade de os viver amanhã.
Não, não é velhice, mas sim como diz alguém que adoro, não é falta de coragem, é cansaço!
Beijos