quinta-feira

Sei que vou...

De tão imensa a mágoa que sinto e quase como um paradoxo, estou extremamente calma.
Perdida entre o sim eu sei, e nunca saberei se...Quero apenas que tudo isto faça sentido, haver nexo nas palavras e acções, mas sinto-me perder, perdida mesmo, de tão clara a minha coragem, hoje sou dos seres mais fracos existentes no mundo inteiro.
Sinto-me só...Loucamente só. Tantos a quem dirigir palavras, mas não as minhas... Seguro de novo aquele pedido de socorro, que por mais uma vez ficará mudo no meu peito, abafo o som, mas não a vontade.
Vontade...Deus tu sabes, que faço eu com esta imensa vontade de me perder, de me soltar e deixar-me voar, de deixar os pertences de vida e galopar por um terreno desconhecido.
E porque ninguém ouve o som da minha voz, e porque as minhas palavras traduzem um outro significado, porque está tudo demasiado ocupado para me ouvir, o ruído do mundo abafa-me.
Fico entretanto uma vez mais perdida entre o ir e ficar...Mas um dia eu sei que vou, quando deixares de ser tão pequena, quando os teus olhos meigos e atentos, não olharem só e apenas para mim, te distraíres....eu vou!
Sabes, já nada faz sentido, eu quero....Mas não sou capaz de saber dar o que mais esperam de mim, sou tão menor que tantos, tão perdida de tudo. Alheiamente isolada, completamente insegura....
Cumpri, falhei, errei, mas deixo marcas, que só depois de eu partir, se darão ao trabalho das decifrar. Amei demais, nem tanto a minha vida, muito mais a dos outros.
E como um final feliz, saberei voar...
Sempre com a mesma Coragem