segunda-feira

Sem sair do lugar...

Hoje, sai daqui deste lugar, caminhei até onde os meus pés me levaram, até onde as minhas forças foram capazes de me elevar. Não tive sequer tempo para parar, pensar no ontem, no hoje, ou querer saber de um qualquer amanhã.
Percorri atalhos, estradas paralelas, caminhos com sabor a segredos de menina.
Foi então que me perdi e regressei, lembrando histórias reais de outrora, recordando a infância que há muito me esforço por esquecer, melhor, "esconder".
Serei eu capaz de perdoar quem nunca pensou em mim? Quem me trouxe de novo estas humilhantes recordações? Quem me quer transformar num ser sem valor, sem préstimo algum.
Mas...Uma coisa é a mais pura verdade, por segundos, talvez minutos, conseguem.
Entre uma lembrança e outra, consigo sentir o fel, o amargo cruel da minha alma, do mais profundo do meu ser.
Porquê? Porque nunca souberam amar? Porque se limitam a transferir o pior que a vida lhes deu. De onde nasceu o ódio, que daqueles olhos e bocas vai brotando?
Quem me mandou a mim renascer das cinzas ainda acesas? Das que queimam, que ardem ao menor toque do vento, como as palavras que ferem. Como o adeus que teima em não vir.
Que culpa tenho eu, de ter aprendido a amar e ser feliz?
Só mesmo com muita coragem*