Deixei que a Lua me falasse em segredo
de tudo aquilo que eu queria ouvir...
Perdi-me na magia cega dos sonhos
pela noite fingida, adulterava o medo
e os pesadelos que não queria sentir.
Mas irresistivelmente a Lua,
me mantinha...Sua.
Falava-me sempre na madrugada
onde tantas vezes me deitei e perdi
em devaneios outrora consentidos
outros justificados para os quais...nasci.
Daqueles gestos impedidos pelo nada
e das telas raiadas pelos amores vividos.
Foram tantos os amores, as desilusões
o coordenar de sentimentos e acções...
Que esgotei o sonho e o segredo
que poderia ter ainda para contar
Afoguei no desespero, bebi agua do mar.
Corri sem eira... suja, exausta e perdida
(perdi o sentido, não o medo)
Mas fiquei com sede da verdade.
E sem olhar o que perdi adormecida,
resisti à luta, mas não à vontade.
E o dia, trouxe-me de novo à vida...
Encontrei os teus passos à minha espera
Cuidaste e amaste, o que ainda restava de mim
deste tom à cor e beleza ao meu ser...
Sobrevivi de um mundo que não lia o fim
Voltei a acreditar que...Querer é poder.
E foi aí, que de coragem me inventei
de força renovada me elevei e vesti.
Desse mundo em que um dia acordei
neste amor me acorrentei.
E nos teus braços de novo...adormeci.
*
coragem
