sábado

Sonho(s) interrompido(s)

*
Sinto a garganta rasgada
pelas palavras
que não querem adormecer,
estranho a voz que me implora o som da alma,
e me deixa rouca, pelos gritos mudos
que teimam em vencer...

Num ultimo abraço terno e doce,
é chegada a hora de te ver partir.
Sem soluços,
sem olhares perdidos,
sem esperança nem sonhos por alcançar.
Quebrou-se o único elo que te unia,
às melodias tocadas ao vento,
à chuva,
às gargalhadas de menina,
aos sonhos,
aos Invernos e Primaveras da vida.
Restará apenas a saudade,
que irá solidificar com o tempo
a tua imagem.

Fazem-me falta agora as palavras
que ficaram retidas na dor do momento...
*
Coragem
*
(em memória de uma menina de 16 anos -grávida- que faleceu, na origem de um estúpido acidente)