quinta-feira

Qual o valor das nossas coisas?

Um rabiscado entre as minhas palavras, que hoje resolvi tirar alguma da poeira que lhes assentou durante alguns meses. Porque hoje, me apeteceu visualizar melhor o que há dentro de mim, fazer uma introspecção de actos e valores, porque tenho duvidas, porque apenas...sim!
Cada vez são mais as pessoas, para quem não há nada mais valioso, que a riqueza, o lucro, os bens materiais, o consumismo...ter...ter e ter cada vez mais. O tempo é apenas dinheiro, nada a fazer, e perdem o sublime tempo do coração...
O sorriso de um filho, um ramo de flores oferecido por quem nos ama, a palavra de carinho de um amigo, até um doce entardecer ao por-do-sol.
O tempo que julgava verdadeiro agora chama-se "tempo perdido". Um completo desperdício.
Para mim, desperdício é de alimento enquanto tantos têm fome, é ter uma vida confortável sem sequer pensar nos que dormem ao relento e têm como agasalho a sua própria vergonha, ou milhares de crianças em instituições vítimas de, esse sim “Um tempo perdido”.
A maior parte das vezes tudo isto gerado e facilitado precisamente, por quem não tem tempo para pensar nas coisas pequenas ou banais da vida. Por aqueles que não compreendem que deve haver tempo para seguir o ritmo do coração, não pensar em si só, estenderem o seu espaço para além dos bens materiais. Darem valor às músicas da alma, sentir saudade da infância e ver o mundo com os olhos de ver.
O mundo material tem valor e é importante; defendo que devemos sempre lutar por uma vida melhor, um pouco de ambição nunca fez mal a ninguém, considero-me até uma pessoa comodista. Temos é que saber manter o equilíbrio entre o corpo e o espírito e procuro satisfazer, o melhor possível todas as partes do meu ser.
Seria mais fácil, mais sensato e mais humano, se todos nós conseguíssemos lembrar de vez em quando que existem coisas que "Não têm preço".
Todos (inclusive eu) adoramos fazer compras, temos aqueles dias em que perdemos a cabeça com coisas que excedem as nossas necessidades. Conclusão; merecemos não só uma vida decente do ponto de vista económico, como a realização de nossos objectivos e sonhos.
Mas, enquanto isso, façamos o esforço de valorizar o tempo da (de) vida.

coragem*