terça-feira

Um pouco (mais) de mim...

...Em jeito de explicação, ao texto anterior...

As emoções negativas incomodam-me...Mas também eu por vezes as sinto.

Quando tinha uns oito anos, e uma das vezes em que fui passar férias a casa da minha avó. Ao brincar perto da casa, caí e magoei-me no joelho. Lembro-me de ter chorado muito. A minha avó, provavelmente como forma de consolo, repetia "isso não dói nada" "queres é que eu tenha pena de ti" "não sejas mariquinhas" "levanta-te, já passou"

Lembro-me de ter pensado que estava errada, que doía mesmo. E esta sensação de não ser acreditada na minha dor, fazia-me sentir ainda mais vontade de chorar, porque aquelas palavras não apagavam a dor, mas pelo contrário, faziam crescer uma dor maior, uma dor mais profunda, a dor de estar sozinha, sem compreensão.

Se assim é, e ao pensarem que tenho razão, portanto, é o amor e a compreensão que ajuda a multiplicar os sorrisos e dissipar as dores. Estou mesmo convencida que a empatia que mostramos ao reconhecer o sofrimento e os medos acalma a dor porque, ao reconhecê-la, dividi-mo-la, mostrando que estamos ali, ao lado "na alegria e na tristeza.

Se verificarmos, tudo isto pode ser aplicado também à dor emocional ou psicológica ou até à dor da alma...como lhe queiram chamar.

E se falei de mim enquanto criança, porque não falar de mim enquanto adulta...sim porque eu também sofro com dores. Dores disto ou daquilo pouco importa, o importante é termos ou sentirmos sempre alguém por perto, que nos saiba dissipar esse ou aquele doloroso sofrimento...

Obrigada...
Coragem
*
(E com estes dois ultimos textos, vou ponderar muito bem a minha estadia por estes lados)