Às vezes imagino a minha vida num submundo qualquer, subjugada ao império dos homens, imagino-a sem a minha determinação, submeter-me injustamente aos julgamentos de outros que em nada poderiam contribuir ao meu bom viver. Imagino sobreviver sobre maus tratos físicos e/ou psicológicos de alguém que partilharia o meu mundo por opção. Calar a minha voz, ser submissa. Imagino deitar numa cama fria sem prazer ou paixão nos actos por mim cometidos, apenas servindo a quem pertenceria. Imagino viver por viver, um dia seguido do outro, servir, dar e nunca partilhar. Imagino-me um ser insignificante... É complicado, porque mesmo tendo uma imaginação fértil, não passa disso mesmo, imaginar.
O que eu lamento, ainda nos dias de hoje haverem mulheres submetidas a este tipo de vida, sem reclamar, com medos, frustrações, terrivelmente limitadas, e sem amor próprio.
Para todas elas, o desejo que a vida lhes consiga sorrir, e que esse sorriso lhes traga um sopro de muita coragem.
Um beijo