Abri a porta da rua, saí e fechei-a nas minhas costas.
Sentei-me no degrau das escadas sujas pelas folhas das árvores que, o vento trouxe até aqui.
Esperei que as lamurias, as mesmas de sempre se calassem, ao ouvirem a porta bater.
Sem sorte para mim, mantiveste a voz activa. Malvada voz que não acompanha o coração...Esse que já vai precisando de um pedacinho de metal para funcionar.
Fiquei ali, confusa com os meus sentires, as minhas mãos tanto tapavam os ouvidos, alheios a outro som qualquer, como os olhos que deixavam deslizar uma após a outra, a prova da minha revolta.
Nunca consegui perceber, nestes tantos anos, que já deveriam ter findado, aquilo que te move, o que te faz acordar, a cada amanhecer...Se o amor é a essência da vida, como poderá o ódio manter-se vivo, fugaz e sempre pronto e exercer funções?
Não queria perguntar, mas afirmar!
Nestes pensamentos, apercebi-me que os sonhos que mantenho, são simplesmente o facto de te poder afastar de mim, apenas isso, tão simples e difícil ao mesmo tempo...
Existem dias, por mais que tente compreender a vida e, tudo o que ela trás, como as folhas que o vento arrastou... Não consigo. A mensagem desta vez, não se fez passar...Ainda!
É doloroso demais pensar, que sou proposta a tudo isto como uma lição, mais uma aprendizagem...É verdade que, muito ainda tenho para aprender, nesta escola...Da vida. Os ensinamentos são exclusivos aos que merecem ou pretendem aprender...Digo eu, tantas vezes!
Lá dentro, o eco das palavras sem sentido, correm os cantos de toda a casa que, construi com amor, para o amor, mas o ódio tomou-lhe o lugar. O poder, é dos mais fortes...Por enquanto!
coragem *
(Não volto a falar de ti neste espaço, o lugar que ocupas na minha vida já é grande demais, seres meu Pai, não significa que és Rei e senhor, vou guardar-te na caixinha das minhas mágoas, e lá irás ficar, até que te encontre um lugar melhor, até sempre e...Boa sorte)